08/12/2012

prazos

Normalmente, os prazos para uma tradução são bastante folgados e jamais você terá de virar a noite ou o final de semana para manter o programado - a menos, é claro, que você tenha achado o prazo tão folgado, tão folgado, que resolveu tirar um ou dois meses de férias, ir passear na praia, pintar a casa ou pegar outro livro para fazer antes desse, e aí você sai correndo de última hora.

Outra hipótese para você correr com o prazo, por mais folgado que seja, é que você costuma fazer a bobagem de pegar tradução por quaisquer dois mil-réis de mel coado, e aí tem de bordar paninho de prato para fora, vender avon ou natura, dar aula para o pirralho da vizinha que adora pular no teu colo e te puxar o cabelo ou pegar mais vinte traduções ao mesmo tempo, agora a quinhentos réis de mel coado, para "completar" o orçamento. E aí você vai sair por aí dizendo que só de tradução não dá pra viver, que os prazos são sempre pra anteontem e que você tem de se desdobrar em dez para dar conta. E fica sendo aquela que, na editora, tem fama de ter cinco tios, três pais e pelo menos uns sete primos, todos mortos ou vítimas de algum grave acidente de última hora, e por isso você vai atrasar a entrega da tradução por mais uns quinze dias, além das duas outras prorrogações que já te deram. e isso se - e você frisa o se - teu computador não der pau mais uma vez.

Me desculpem, mas não tem essa história de prazo apertado, não. Editora é a primeira a embutir em seus prazos uma boa margem de segurança. O resto é história pra boi dormir.