11/12/2012

L&PM

Hoje conversei com Caroline Chang, editora da L&PM, a quem agradeço muito a atenção e a gentileza. Perguntei a ela sobre os contatos de iniciantes interessados em tradução: se a editora recebe muitos e-mails, se são lidos, se há alguma triagem, se são respondidos, o que a editora espera de um candidato etc. São vários pontos:

  • Sim, a editora recebe muitos e-mails de gente se oferecendo para fazer tradução
  • Os e-mails chegam a diversos endereços de e-mail, desde o que consta no site - info@lpm.com.br - a outros variados
  • Todos são encaminhados para a editoria
  • A editoria lê todos eles
  • A alguns de fato não se dá seguimento. São os que não trazem nenhum tipo de informação objetiva, não anexam currículo, não apresentam nenhuma referência sobre as traduções feitas, e as mensagens são do gênero "Morei nos Estados Unidos algum tempo e queria começar a traduzir" ou "Terminei o curso de Letras e agora quero entrar no mercado de tradução literária", e só
  • Alguns trazem apenas um currículo Lattes sem menção a qualquer tradução. Nesses casos de formação mais especializada e se porventura a editora tiver algumas obras naquela especialidade, pede-se ao candidato que envie mais informações
  • Muitas vezes, naquele momento não há interesse ou necessidade da editora em cadastrar novos colaboradores. Tirando os casos que não tiveram seguimento pelas razões acima expostas, a editoria acusa o recebimento do e-mail, respondendo que futuramente poderá voltar a entrar em contato
  • Em outras vezes, se o recebimento de e-mails com currículo e lista de obras traduzidas coincide com a necessidade ou interesse da editora em novos colaboradores, apresenta-se ao candidato o tipo de obra que seria e pede-se a ele que faça um teste. Caso seja aprovado, contrata-se a tradução da obra em questão e eventualmente de outras na sequência
  • Não se atende nem se pedem testes a todo e qualquer candidato, pois é um processo demorado, que demanda uma estrutura própria de atendimento e acompanhamento para algo de que a editora muitas vezes nem está precisando 
O cerne da explicação de Caroline Chang foi muito claro: sem experiência não dá. A editora não opera como uma escola de tradutores, não forma profissionais: ela contrata profissionais. Uma de suas sugestões foi que os iniciantes comecem por textos mais simples, obras de divulgação, e depois, já com mais prática, passem para obras literárias.

É isso aí, gente.