02/01/2013

minha carreira de revisora V

Continuando, a Perspectiva foi a editora onde mais gostei de trabalhar em São Paulo. Não era uma linha de montagem como na Abril e, apesar do funcionamento quase caseiro, o ritmo constante e natural do serviço resultava num bom grau de eficiência no editorial.


Já gostava bastante do Rilke, de quem tinha lido A canção de amor e morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke e Cartas a um jovem poeta, naquele voluminho duplo da Globo, com tradução, respectivamente, de Cecília Meirelles e Paulo Rónai. No aniversário daquele ano, 1972, quando completei 18 anos, a querida Alice me deu Elegias de Duíno, na tradução de Dora Ferreira da Silva, que também guardo até hoje com muito carinho.

Aí o bicho-carpinteiro voltou a atacar e fui passear por esse Brasilzão afora. Plínio gentilmente me deu alguns contatos em Belém do Pará, se não me engano, e lá fui eu, cercada de abraços, bons votos e muito carinho do pessoal da editora, com a vaga aberta para quando voltasse. Não lembro em detalhes o que aprendi lá, mas, tirando leitura e marcação de prova, foi praticamente todo o resto.

Depois disso, a vida mudou bastante. No ano seguinte fui parar em Curitiba (nasci lá, mas fui criada em SP), e arranjei um emprego numa pequena gráfica no centro da cidade, para textos e folhetos de publicidade. Era moderninha, e foi onde conheci editoração eletrônica com a impressora IBM. Fazia revisão de folhetos de propaganda e classificados de jornal e aprendi também a fazer paste-up. O dono era o seu Renato, e tinha dois rapazes, todos uma simpatia. Também fiquei pouco tempo, uns dois meses, talvez.

E aí, de 1974 a 1978, fiquei fazendo outras coisas. Apenas em 1979 voltei a trabalhar com revisão, na Fundação Cultural de Curitiba, carinhosamente apelidada de Fucucu.